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Em junho de 1982, enquanto Zico metia dois gols nas redes da seleção italiana na copa da Espanha daquele ano, berrava insistentemente uma garotinha para que o mundo tomasse ciência dela. Mais tarde ela aprenderia que berrar pelas palavras era mais eficiente.

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Para o clássico problema existencial "o que você quer ser quando crescer", tinha a resposta na ponta da língua: gari! Afinal, não seria o máximo cuidar dos lugares, deixar tudo nos trinques, limpinho, livre do que a má educação largava pelo chão?

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Só sossegou um pouco ao ganhar da avó vassourinhas e pás de brinquedo. A missão foi frustrada, mas, essa coisa de meio ambiente nunca saiu da mira. 

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Aos 9 formou com os amigos um clubinho, o Patrulha Salvadora, cujo criado-mudo da mãe ficou de testemunha ocular (e sensorial) da história. O móvel guarda até hoje as talhadas referentes ao primeiro cartaz da trupe confeccionado sobre o tampo de madeira por mãozinhas ansiosas e não tão delicadas quanto a intenção.

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Paralelamente, tinha o pai escritor e poeta e seus nove livros autorais na estante dando piscadelas vez em quando em uma biblioteca com mais de 800 títulos e discos dentro de casa. As batidas na Olivetti 800 também seduziam. Assim sendo, com o passar do tempo conseguiu unir o útil ao agradável: jornalismo ambiental, bingo!

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Claro, passagens por outros ramos da coisa aconteceram até que ela chegasse no destino, que certamente, não é nem de perto o final. Foi repórter de cotidiano por mais tempo do que os nervos gostariam. Calcula que tenha mais passagens na delegacia do que muito marmanjo que deve na paróquia pelo tempo gasto no métier das coberturas policiais.

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Não faltaram crateras nas linhas amarelas do metrô, vidas de Eloás extintas, aviões da TAM pulverizados, quarteirões alçados aos ares por explosivos, greves no transporte, enchentes, incêndios, desapropriações, falcatruas, eleições e toda sorte de ingredientes que fazem parte do pão nosso meio amassado pelo "sei lá quem" de cada dia.

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Mas, noves fora, também falou de muita coisa boa que ajudou a mudar, ao menos, pequenos mundos particulares (que assim seja!) 



O pulo do gato veio no início de 2009, quando voltou da rua para a redação e propôs que uma matéria pontual sobre as condições do Rio Tamanduateí se transformasse em um especial sobre aquele coitado agonizante que nem de longe parecia um dos mais importante de São Paulo.

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Foram duas semanas de apuração com direito a ï»¿passeio insalubre de barco finalizado com um banho de horas para tirar a nhaca, encontro com  imagens que o coração não esquece, das crianças brincando dentro das águas imundas, e uma indicação ao prêmio Embratel de Jornalismo.



Dai para frente, toda pauta sobre meio ambiente, responsabilidade socioambiental e sustentabilidade tinha como destino final a quarta mesa da segunda baia do Diário do Grande ABC com destaque para as coberturas dos casos Barão de Mauá,  uma das mais graves violações ambientais do Brasil,  Jardim das Oliveiras, bairro de São Bernardo formando criminosamente sobre área contaminada e no projeto "Salve a Billings", que culminou em petição popular e deu celeridade na aprovação da lei especifica da represa que tramitava na Assembleia Legislativa.



​Por falar em Grande ABC, nasceu e cresceu na terra das montadoras, das metalúrgicas, das greves e até de ex-presidente. Por entender a importância disso tudo e de mais um pouco, sempre teve encanto pelo jornalismo regional; era aquela coisa  que dizem, que temos de mudar o local pra atingir o global. Ah, foi também repórter no jornal Metro ABC.

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E a vida pós-redação (sim, existe!) reservou muitos projetos editoriais para clientes que atuam direta ou indiretamente nesse universo em agências de comunicação e como freelancer sendo o  atendimento a essas demandas sua principal ocupação atualmente.



Teve ainda a grata satisfação de trabalhar no time de assessores de imprensa da CPTM. Sempre teve uma quedinha por história ferroviária (sem contar que anda muito de trem e metrô!). Certo dia se pegou lá, no setor de comunicação da empresa, por sorte, falando do que entendia e gostava.

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Com esse mundo da assessoria e comunicação interna havia tido contato anterior sendo  jornalista de uma empresa de tecnologia.



Tem também um quê pelo rádio, tendo estudado locução e  trabalhado, ainda que pouco, em matérias para o veículo. A reportagem "profissões inusitadas", que tratava dos ofícios mais excêntricos ou quase extintos, foi vencedora do prêmio Metodista de radiojornalismo.

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Na faculdade se aventurou um tantinho na  TV, tendo a reportagem "famílias especiais" (relação entre pais e filhos excepcionais), também premiada e "cidade sobre duas rodas" (sobre o maior bicicletário das Américas, na cidade de Mauá) indicada. Estagiou nos estúdios da universidade com programas de entrevista transmitidos pelo canal local.



No campo acadêmico (não dá pra parar!) apostou este ano suas fichas em um curso de pós-graduação em sustentabilidade.



O tempo que sobra vai para as guitarras, pro futebol e pros animais, mais ainda para o Caco, o decano dos bichos da casa, que há 14 anos observa com olhos caninos as coisas contadas ai em cima acontecerem.



Nas páginas seguintes você pode acompanhar um pouquinho do que já fiz por ai, ou melhor, do que deu para resgatar dos emaranhados dos bancos de dados. Mas também vale perguntar ao Google! 

O início, o fim

e o meio

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